CRONOLOGIA DO CAMINHO DO COMÉRCIO

 



 

1811 – 14 de novembro – A “Real Junta do Commercio, Agricultura, Fabricas e Navegação do Estado do Brazil e seus Domínios Ultramarinos” delibera pela abertura do Caminho do Comércio, ligando as Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

1812 - O Coronel José Pedro Francisco Leme (1750-1826) percorre o trajeto do Rio de Janeiro até Rio Preto, abrindo uma picada a fim de melhor conhecer o território e adotar as primeiras providências para o cumprimento da missão de abertura do Caminho do Comércio.

1813 – O engenheiro militar Francisco José Souza Soares de Andrea elabora a “Planta Chorografica de parte da Capitania do Rio de Janeiro – Compreendida pelas duas picadas que se abrirão para reconhecimento e escolha do terreno em que se deve abrir huma Estrada desta Cidade até a Villa de S. João d’El Rey na Capitania de Minas Geraes”.

1814 - Aleixo Ribeiro do Valle, Antônio Francisco de Azevedo, Antônio Francisco Sardinha,  Bonifácio Antônio de Azevedo, José Francisco de Moura e José Rodrigues Carneiro enviam correspondência a Dom João VI e requerendo autorização para a abertura de uma variante em direção a Bom Jardim, de forma a evitar a transposição da Serra Negra.

1814 - A Câmara de São João del-Rei, em 17 de setembro,  informa ao Governador da Capitania, Dom Manoel de Portugal e Castro, que achava “conveniente se ponha freio aos ditos moradores para que não possam impedir de maneira alguma a abertura desta nova estrada”, evitando a Serra Negra.

1814 -  O Governador da Capitania de Minas Gerais, em 07 de outubro de 1814, manifestou seu apoio à execução do projeto “de abertura da estrada intentada a fim de evitar os incômodos que sofrem os viandantes e tropeiros transitando pela Serra Negra”.

1814 - Em 25 de novembro, no Paço Imperial, Dom João VI autoriza a obra pretendida pelos fazendeiros  e determina fossem expedidas as ordens necessárias para a sua execução.

1819 - O cientista francês Auguste de Saint-Hilaire, na sua viagem às nascentes do Rio São Francisco,  passou pelo caminho de Rio Preto, que "fazia três anos que tinha sido aberto ao público e era a  Antônio Francisco de Azevedo, que devia ser dado o crédito da empreitada".

1821 – O Desembargador Paulo  Fernandes Viana registra: Tive o gosto de ver Sua Magestade por este meio viajar de carruagem por Maricá, Nuan, São Gonçalo, Engenho Novo, Tambi e depois de fazer a picada com que de Iguassu pudesse Sua Magestade ir em sege até o Rio Preto a entrar na Comarca de São João de El Rei, província de Minas Gerais.

1822 -  29 de janeiro -  O cientista e viajante francês Auguste de Saint-Hilaire parte do Rio de Janeiro em direção a Minas Gerais e faz muitas anotações e comentários sobre a situação de implantação do Caminho do Comércio, que percorre por longa extensão (até a Encruzilhada, município de Rio Preto, a partir de onde segue o Caminho da Polícia, pela Serra Negra).

1823 - Em 16 de abril foi autorizado, por José Bonifácio de Andrada e Silva, que o Capitão Manoel de Azevedo Matos executasse as obras necessárias para remediar os estragos existentes na Estrada do Comércio no trecho existente na região do Tinguá.

1824 -  Dom Pedro I autorizou Custódio Ferreira Leite, então Capitão da Vila de Valença-RJ, a adotar providências para a melhoria da via, “não só por abreviar consideravelmente o caminho, mas por facilitar a comunicação desta Província com a de Minas Gerais”.

1829 - Percorreu parte do Caminho do Comércio o reverendo Robert Walsh, que deixou registros muito interessantes sobre as tropas e animais que circulavam pela rota, sobre a alimentação servida,  bem como sobre as localidades de Valença e Rio Preto.

1835  - O naturalista inglês Charles James Fox Bunbury viaja pelo Caminho do Comércio na segunda quinzena de janeiro, quando se dirigia de São João del-Rei para o Rio de Janeiro.

1835 -  De acordo com o relatório do Presidente da Província do Rio de Janeiro, a Estrada do Comércio é considerada a “melhor estrada da Província, não só pela qualidade de seu terreno em geral, mas ainda porque a serra que atravessa é de subida curta e tão suave, que pode permitir o uso de carros e seges.”

1839 - 02 de julho - Primeiro contrato ente a Província do Rio de Janeiro e Conrado Jacob Niemeyer para melhorias na Estrada do Comércio.

1839 – 07 de agosto – Aditamento ao contrato acima referido.

1839 - Em agosto,  passa por parte do Caminho do Comércio o alemão Enst Hasenclever, que deixou registros sobre Rio Preto, Funil e o rancho do Joaquinzinho.

1842 – Entre os meses de agosto e outubro o Caminho do Comércio foi utilizado para o deslocamento de armamentos e tropas envolvidas na Revolução Liberal, por ele passando, inclusive, o futuro Duque de Caxias.

1842 – 17 de dezembro – alterações no contrato ente a Província do Rio de Janeiro e Conrado Jacob Niemeyer para melhorias na Estrada do Comércio.

1844 – 1º de outubro – Conrado Jacob Niemeyer, já morando na Serra do Tinguá, apresenta o relatório sobre a conclusão das obras contratadas com a Província do Rio de Janeiro.

1848 – Pela Resolução da Província de Minas Gerais nº 407, de 12 de outubro, foi determinada a realização de melhorias na estrada que seguia de Rio Preto ao interior do Estado. A largura, sempre que o terreno o permitisse, deveria ser suficiente para o trânsito de um cavaleiro e dois carros de boi emparelhados.

1855 – Iniciada a implantação da Estrada de Ferro Central do Brasil, que, até 1863, atinge boa parte do trecho fluminense da Estrada do Comércio, que entra em processo de progressivo desuso. Em Minas Gerais, entretanto,  a via continuou sendo normalmente utilizada.

1936 –  O historiador Basílio de Magalhães, em artigo publicado no Boletim do Ministério do Transporte, Indústria e Comércio, registra sobre a história da rota: “Esse novo meio de comunicação, preferido pelas boiadas e varas de porcos, com que a zona pecuária mineira do Rio das Mortes abastecia o Rio de Janeiro, ficou sendo conhecido pelas denominações de Caminho do Comércio, Caminho Novo e Estrada Nova”.

1949 – A Estrada do Comércio é referenciada na importante obra denominada Geografia dos Transportes no Brasil, de Moacir M. F. Silva.

1989 – 23 de maio – Criada a Reserva Biológica do Tinguá, unidade de conservação federal que abriga boa parte do Caminho do Comércio no trecho fluminense.

1997 – No livro Aspectos Históricos da Terra de André, de Marcos Paulo de Souza Miranda,  depois de longo tempo esquecido, o Caminho do Comércio é destacado na página 72.

2003 – Em julho, uma equipe do Núcleo de Pesquisas Arqueológicas do Alto Rio Grande (NPA), com sede em Andrelândia, integrada por Guilherme de Paula Salgado, José Marcos Alves Salgado e Marcos Paulo de Souza Miranda, percorre o trecho do Caminho do Comércio entre Andrelândia e Bom Jardim de Minas, registrando diversos vestígios da antiga rota.

2017 – No dia 15 de setembro, durante o 8º Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo, realizado em Nova Iguaçu-RJ, foi apresentada a palestra: Caminho do Comércio, por Marcos Paulo de Souza Miranda.

2021 – Em 11 de novembro, em comemoração aos 210 anos de criação oficial da rota, é realizado em Bom Jardim de Minas o encontro de pesquisadores do Caminho do Comércio e lançado o livro “Estudos Históricos sobre o Caminho do Comércio”, de autoria de Marcos Paulo de Souza Miranda e Rodrigo Magalhães.

2021 – Em 22 de novembro, a pedido dos pesquisadores do Alto Rio Grande, o Deputado Estadual João Leite apresenta o Projeto de Lei nº 3.338/2021, que “Declara como patrimônio cultural e turístico do Estado o Caminho do Comércio e dá outras providências”.

2025 -  Em 09 de junho, como consequência do projeto apresentado pelo  Deputado João Leite,  é sancionada a Lei nº 25.288/25, que “Reconhece como de relevante interesse cultural do Estado o trecho do Caminho do Comércio situado em território mineiro”.

 2025 – Em 06 de agosto o Deputado Pedro Aihara apresentou, à Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei nº 3.774/2025,  que “Cria a Rota Turística Caminho do Comércio, situada nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, e a reconhece como manifestação da cultura nacional”.

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